sábado, 26 de maio de 2012

Em defesa do escritor brasileiro

Desde os mais antigos tempos existiram aptidões entre as pessoas. E, na maioria das vezes, essas aptidões manifestaram-se como necessidades da alma. Uns cantam, outros pintam, outros encenam, outros dedicam-se com afinco a um esporte e, entre tantas aptidões, existem os que escrevem. O homem, como um ser racional, expressa seus sentimentos, da melhor forma, através de sua arte. 

Certa vez ouvi uma pessoa falando que, hoje em dia, qualquer um escreve um livro. Não sei se a pessoa queria ser mais exata dizendo que, hoje em dia, qualquer um publica um livro.  Mesmo que fosse isso, ainda assim, a pessoa não foi feliz em sua afirmativa. 
Desde que o mundo é mundo, existem aqueles que, no âmago de suas vidas, guardaram na gaveta seus escritos, seu livro pronto. Nunca enviado a uma editora, ou a qualquer um que pudesse incentivar a publicação de um livro. Talvez, por timidez, falta de confiança no seu trabalho, ou outro motivo qualquer.
O que acontece nos dias atuais é que, dentre milhões de habitantes, o percentual dos que escrevem é muito maior, se comparado com as estatísticas demográficas de anos atrás. Como as editoras não abrem espaço para todos os talentos, surgiram as editoras que comercializam a edição, por um preço determinado. É o preço do mundo capitalista. Surgiram também as edições digitais, que facilitam a visibilidade das publicações. Assim, atualmente, muito mais escritores são visíveis no mercado.
Mas, isso não quer dizer que, hoje em dia, qualquer um escreve um livro. Nem mesmo que, qualquer um publica um livro. Para se escrever um livro publicável, tem que ter talento, coragem e persistência. Pois as editoras, mesmo as pagas, tem um selo a zelar. E, como qualquer editora, fazem a análise do que será publicado e aceitam ou rejeitam, dependendo da qualidade do escrito. Editoras não são meras gráficas. Escrever um livro com começo, meio e fim, com assuntos que interessem a algumas centenas ou milhares de pessoas, é tarefa para corajosos e persistentes. E é necessária mais coragem ainda, para se escrever em um país onde o desinteresse pela leitura atinge 77 milhões de habitantes, e os 95 milhões de leitores existentes leem uma média de 1,3 livros ao ano. Até a Colômbia lê mais que o Brasil. Isso somado ao fato de que, as editoras brasileiras não valorizam o escritor nacional.
Quem se interessou por esta matéria, se interessará também por: Para publicar é preciso coragem e sorte! , da escritora Bruna Longobucco.

Um comentário:

  1. Concordo, Adriana. Não é qualquer um que publica um livro. A gente se esforça, os editores analisam, enfim, é preciso coragem para se expor, ser criticado, ser avaliado. Nunca direcionei comentários para meus livros. Sempre deixei a pessoa me falar o que deveria ou resenhar de acordo com sua opinião. O que vejo pela rede é muita crítica infundada. Aquele tipo: Ah, é novo autor? Ih... não serve. Ainda existe preconceito demais em relação ao que é nacional e os livros são um exemplo claro, porque se verificarmos os mais vendidos, os nacionais não são a regra, são? Embora, reconheça-se, o cenário esteja mudando e a perspectiva seja favorável. Enfim, estamos aqui lendo, postando e comentando para provar que existimos e temos algo a dizer. Algo que tem conteúdo. E no que tange à publicações independentes, muitaaaaa experiência. Bjsssssssss

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